sábado, 15 de março de 2014


Atendimento Educacional Especializado para a pessoa com surdez

Na história da Educação da pessoa com surdez percebe-se que as pessoas surdas eram consideradas como incapazes de gerenciar seus atos. O que foge totalmente da realidade, pois o fato de a pessoa não ouvir não quer dizer que ela não aprende a ler e escrever como também desenvolver-se nos demais aspectos. Portanto é nítido que a surdez não impede a pessoa de ter uma vida social como também o desenvolvimento do corpo e da mente. São muitos os entraves que a pessoa com surdez enfrenta para garantir seu espaço na vida escolar e na sociedade.
Mesmos com políticas já definidas para a Educação Especial na perspectiva inclusiva percebe-se que ainda temos um longo caminho a percorrer, pois ainda encontramos escolas e professores que ainda se diz não estar preparados para receber estes alunos, alegando a falta de conhecimentos na área para recebe-los e de fato incluí-los dentro das escolas e do contexto escolar e social.
A Educação da pessoa com surdez tem tido muitas histórias ao longo da jornada que a mesma vem vencendo a cada dia, muitas conquistas e experiências com e sem êxito, e outras que vem contribuindo com a inserção das pessoas com surdez nas escolas e na sociedade, como é o caso das tendências educacionais para a pessoa com surdez que são: oralismo, comunicação total e o bilinguismo, onde cada uma teve sua participação na historia da educação do surdo mesmo que não tenham dado grandes contribuições como é caso do oralismo e da comunicação total que não conseguiram o desenvolvimento pleno das pessoas com surdez pelo fato de negar a importância da língua natural do surdo que é a língua de sinais (LIBRAS), as mesmas deixaram a desejar em suas metodologias na educação do surdo não valorizando a língua materna dos mesmos. É o que afirma Sá (1999) sobre o oralismo:

“Ocasiona déficits cognitivos, legitima a manutenção do fracasso escolar, provocam dificuldades no relacionamento familiar, não aceita o uso da Língua de Sinais, discrimina a cultura surda e nega a diferença entre surdos e ouvintes”.
            
          Tanto o oralismo quanto a comunicação total pecaram quando negaram a língua materna da pessoa com surdez, não permitindo ao surdo defender sua origem.
  Já o bilinguismo vem com o objetivo de permitir, ou seja, de capacitar as pessoas com surdez para utilizar as duas línguas, Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte, na comunidade escolar e na vida social. Mesmo ainda se adequando a esse processo é visível que esta tendência é a que mais favorece as pessoas com surdez simplesmente por valorizar as peculiaridades do surdo valorizando sua língua natural e permitindo uma melhor comunicação e interação num todo na vida dos mesmos.

            Mesmo sabendo o quanto é importante o questionamento sobre a questão das línguas para a educação do surdo devemos estar atentos a outras questões que são consideradas grandes contribuintes no fracasso escolar das pessoas com surdez que é o caso das práticas pedagógicas que precisam estar adequadas às peculiaridades dos alunos na busca do pleno desenvolvimento de todos, pois vivemos numa sociedade onde as diferenças devem ser respeitadas.
         



SÁ, Nídia Regina Limeira de. Educação de Surdos: a caminho do bilinguismo. Niterói: Eduff, 1999.

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